Page 26 - magazine_42

Basic HTML Version

MAGAZINE CASASHOPPING
26
perfil
Imagem divulgação
o recentíssimo lustre Moony da mar-
ca La Murrina.
Tantos projetos valeram a Fuksas
títulos da mais alta nobreza do mun-
do da arquitetura, como o de mem-
bro honorário do Instituto Real de
Arquitetos Britânicos, em Londres, e
do Instituto Americano de Arquitetos,
em Washington. Integra as Academias
de Arquitetura de Paris e de Sófia, fez
parte da comissão urbanística de Berlim
de 1994 a 1997. Dirigiu a VII Mostra
Internacional de Arquitetura de Veneza
de 1998 a 2000 e atuou como profes-
sor visitante na Academia de Belas Artes
de Viena e na Universidade Columbia
em Nova Iorque. Em 2010, recebeu a
comenda da
“Légion d’ Honneur”
.
Conseguir espaço na agenda de um
homem que vive e trabalha entre Roma
e Paris e mantém uma base na China,
onde segue a expansão do aeroporto
internacional Bao’an, em Shenzhen,
não foi nada fácil. Mas Massimiliano
Fuksas acabou concedendo àMagazine
CasaShopping uma entrevista na qual
revela o seu projeto dos sonhos.
Em mais de 40 anos de profissão,
como se transformou, na sua opinião,
o modo de projetar, tanto em termos
de arquitetura quanto de design?
Ainda hoje penso que a melhor ma-
neira de projetar, no meu caso, seja
pintar sobre um material plástico. Em
um segundo momento, parte-se para
a criação dos modelos. Atualmente,
a essas duas etapas do meu método
pessoal de trabalho, adicionou-se uma
terceira, ligada ao mundo da virtua-
lidade. A inovação tecnológica é um
dos elementos que contribuem para
a representação do nosso “sonho”. A
tecnologia virtual é muito útil: permite
que você tenha mais controle sobre o
projeto e de imaginá-lo em modo mais
claro, antes que ele tome uma forma
definitiva. Essas três fases de trabalho
devem amalgamar-se completamente.
A pintura, o modelo, a maquete virtual
são estímulos para se chegar à arqui-
tetura, são ferramentas para aumentar
a tensão. Porque não se pode atingir a
emoção sem tensão crescente.
Durante a Bienal de Veneza, o
slogan era «Less Aesthetics, More
Ethics». Isso significa que a arquite-
tura está se tornando mais ética ou
que há muito ainda o que aprofun-
dar sobre essa questão?
O título parecia um rompimento e
uma declaração contra qualquer for-
ma acadêmica. Hoje, o termo “ética”
se inseriu na economia mundial e é
um importante tema de discussão na
nossa sociedade. Não sei se a arquite-
tura se tornou mais ética, mas muitos
arquitetos que acreditavamque tudo se
resolvia com a “decoração” de facha-
das agora procuram lidar com questões
mais complexas. A arquitetura é algo
que pertence à cidade, ao povo, a to-
dos. Não existe arquitetura sem um
Auditório do Centro de Congressos, em Roma, com destaque para a “nuvem de Fuksas”. Na página seguinte, ritmo e movimento na
escada do Emporio Armani, em Nova York