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arte
Klee
A análise da curadora e historiadora Vanda
Klabin sobre um pintor pouco conhecido no
Brasil, mas muito reconhecido em todo o mundo
“
D
e onde eu conheço esse
quadro?”. Essa é uma per-
gunta recorrente, quando
alguém se depara com a reprodução
de qualquer uma das fases da carreira
do pintor suíço Paul Klee. O mistério se
esclarece quando outras de suas obras
entram em desfile e fica claro que, sem
que se percebesse, ele se tornou um
dos artistas mais seguidos, copiados e
reproduzidos, especialmente na indús-
tria dos pôsteres e gravuras para a de-
coração de ambientes.
A familiaridade não é gratuita e Klee
passou a integrar esses ambientes atra-
vés de artistas que passaram a segui-lo
(bem ou mal) ou o imitam (quase sem-
pre mal), especialmente depois que os
americanos o descobriram, logo após a
Segunda Guerra – e o redescobriram, na
virada do século XXI. Bem aproveitado ou
não, seu legado é a relação direta de sua
obra com a arquitetura: as linhas retas, a
geometria, a luz, a perspectiva.
Para um perfil mais preciso de Paul
Klee, convidamos uma das mais celebra-
das especialistas cariocas em arte, a his-
toriadora e curadora Vanda Klabin, que
conhece de perto a obra do pintor, seja
nas mostras dos colecionadores, que re-
gularmente estão em circuito nos museus
da Europa e dos Estados Unidos, seja pe-
las galerias de mostras permanentes do
artista, na Basileia e em Zurique.
Paul
Senecio
, de 1922, lado pueril na pintura do
artista (Museu de Arte de Basel)
Imagem: reprodução