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MAGAZINE CASASHOPPING
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viagem
Em outra oportunidade, uma cena fan-
tástica, enquanto anoitecia, o céu ainda
no crepúsculo, um grupo de girafas
chegou de mansinho, checando a segu-
rança do lugar antes de se aventurar até
a água. Depois de um bom tempo está-
ticas, tomaram coragem e ficaram ali en-
fileiradas naquela posição grotesca, com
as patas abertas. Uma delas sempre per-
manecia de sentinela mais atrás, pronta
a dar o alarme ao menor sinal de perigo.
Os leões, é claro, são um caso à parte.
Cobiçadíssimos pelos turistas, não cos-
tumam ser figurinhas fáceis como as
zebras e gazelas, mas com um pouco
de sorte é certo encontrá-los nas pro-
ximidades. Felizmente nos dez dias que
passei em Etosha, em 2010, vi leões
todos os dias e há alguns lugares onde é
quase certo encontrá-los. Mas a fixação
nos felinos fez com que um americano
afobado, de câmara na mão, ignorasse
a belíssima diversidade de animais em
um dos bebedouros e ordenou em tom
autoritário aos seus companheiros de
viagem: “
No Lion, Let´s Go
” (“Não há
leões, vamos embora”).
Os turistas que chegam ali, na grande
maioria, dirigindo seus próprios veículos
têm acesso a apenas à porção leste desse
paraíso. A porção oeste tem visitação
controlada. Cada milímetro dessa área
protegida vale cada centavo gasto, cada
gota de suor derramada nas tardes quen-
tes da África. A parte oeste que com-
preende a outra metade de Etosha está
aberta apenas às companhias de safári
que levam turistas daquele lado da reser-
va. No inverno, estação seca, as grandes
poças de água formadas com as chuvas
de verão são um oásis para os animais e
para os turistas.
À esquerda, girafa no bebedouro de Chudob. À direita, duna em Sossuvlei