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Lake Oanob Resort
Nas reservas administradas pelo go-
verno, existe acomodação para todos
os bolsos. Desde os campings bem
estruturados, com banheiros, ponto
de luz e churrasqueira, até bangalôs
duplex estrategicamente localizados,
com amplas varandas dando para
os bebedouros repletos de animais.
A melhor época para visitar Etosha é
entre julho e setembro, é a época da
seca e os animais ficam concentrados
nos vários bebedouros espalhados
pelo parque. O clima nesta época do
ano ali é bastante agradável, com dias
quentes e noites frias, o que propor-
ciona um sono reconfortante. Muitos
turistas que visitam Etosha na época
errada saem de lá um pouco decepcio-
nados pela escassez de animais avista-
dos. Ao contrário do leste da África,
aqui os animais é que vêm até você. O
único esforço é ter um pouco de paci-
ência e esperar.
O mais disputado bebedouro do
parque é Okaukuejo. Dependendo da
época em que se vai, a reserva deve
ser feita com até dez meses de antece-
dência. É sempre excitante a chegada
a este bebedouro, pois nunca se sabe
a cena que está ali à espera. O pôr-do-
-sol, que desce bem atrás do bebe-
douro, é sempre uma atração, com a
luz do entardecer colorindo a planície
africana, enquanto uma manada de
elefantes saciava a sede ruidosamen-
te, emprestando sua generosa silhue-
ta para compor a inebriante imagem,
bem ali, à nossa frente.
E a ação prossegue. Um breve mo-
vimento na escuridão distante e se
ouvem sussurros entre os turistas,
tentando adivinhar que animal estaria
se aproximando. Logo surge um rino-
ceronte solitário, com ares de poucos
amigos. Ele levanta o focinho tentan-
do farejar algum perigo iminente e
fica ali imóvel por algum tempo, até
se certificar de que o caminho está
livre. Saciada a sede, mais um tempo
se passa e ele já desapareceu na es-
curidão. Só na imensidão da planície
é possível perceber que a girafa é
dulcíssima e enfeita o mundo com
a sua presença. Ou o poder gigante
dos elefantes que podem ser vistos
ao longe, como deuses a marcar as
linhas do horizonte.
Mas, às vezes, entreveros aconte-
cem, mesmo nas melhores famílias.
Ali em uma noite com o bebedouro
vazio, vi a cena de um rinoceronte
querendo o bebedouro só para si,
tentando afugentar um enorme
elefante. O rinoceronte veio andan-
do pela água até onde o elefan-
te matava a sede tranquilamente,
desafiando-o. Sem se deixar intimi-
dar, o elefante encheu lentamente
a tromba de água e a esguichou na
cara do rinoceronte, que ficou ali
sem saber o que fazer. Mas em outra
oportunidade, um outro rinoceronte
enfrentou e afugentou um grupo de
cinco leões, ganhando a simpatia do
grupo que o assistia.