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Vista externa da
Biblioteca Francis Gregory
da produção têxtil africana. Os tecidos oferecem uma
narrativa fascinante sobre história, comunidade, espi-
ritualidade, oportunidade e até mesmo representam
sociedades e civilizações”, reflete.
Inquieto por natureza, faz conexões da África com seu
trabalho, porém de maneira sofisticada e moderníssi-
ma. A curiosidade o aproxima do Brasil. E ele explica:
“Tenho muita empatia por esse país. A natureza é simi-
lar à da África. Vim de Gana, minha família é de lá, nos
anos 1960, após a independência, o país contratou di-
versos arquitetos do exterior. Áreas de Acra, onde cres-
ci, foram construídas por brasileiros. Isso tem influência
no Brasil e na retribuição à África. Adoro esses ciclos.
Para mim é muito fácil entender a arquitetura brasileira.
Adoraria trabalhar no país”. Como esteve três vezes em
São Paulo, fala com base de suas impressões sobre a
cidade e sua arquitetura. “Sei que aproveitei o moder-
nismo brasileiro durante a infância, nos anos 1960. As
cidades na África estavam em franco crescimento, com
prédios novos feitos por estrangeiros. Claro que essa
modernidade tropical faz parte do meu DNA, parte de
como vejo o mundo. Depois, vim para a Europa, moro
em Londres. Acabei me tornando uma espécie de pon-
to de fusão de culturas do mundo todo”.
A vida profissional de David Adjaye começou em 1994,
em Londres, reformulando bares e residências. Em 2000,
criou a Adjaye Associates, seu próprio escritório. Junto
com o artista dinamarquês, Olafur Eliasson, assinou a
instalação de luz, “Your black horizon”, na Bienal de
Veneza, 2005. Também trabalhou com o artista inglês,
Chris Ofili, na instalação “Upper Room”, que hoje perten-
ce à Tate Britain, em Londres, uma das quatro galerias do
Tate, museu nacional de arte moderna do Reino Unido.
Ele também flerta com o design e assinou o banco Double
Zero, para Moroso, apresentado no Salão do Móvel de
Milão deste ano. Em 2014, o banco Stool 7 foi exposto no
London Design Festival, e, no mesmo ano, assinou uma
coleção de cadeiras para a Knoll.
David Adjaye é a própria imagem de um mundo em
transformação, onde os valores e os conceitos da so-
ciedade recebem novas realidades.
Foto: Jeffrey Sauers
ARQUITETURA
