Qual foi a inspiração da estante Crash?
Rainer Mutsch: Em geral, gosto de repensar e ques-
tionar tipos já existentes de mobiliário. No caso de
Crash, perguntei a mim mesmo: ‘por que a maioria das
estantes no mercado são feitas de elementos verti-
cais e horizontais?’ Conhecendo muito sobre torno
de controle numérico, achei que era hora de mudar
isso. A ideia de Crash derivou das novas possibilidades
contemporâneas do design: uma estante que pode ser
embalada e enviada ao mundo inteiro num pacote cha-
to e pode ser montada facilmente sem cola ou prego.
Rainer com uma das peças da luminária Pina.
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perfil
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Qual é seu fetiche pessoal no design?
Rainer Mutsch: Geralmente, gosto de todas as cor-
rentes do design, mas sempre escolho algumas onde
tento colocar meu foco científico e contemporâneo.
No momento, estou interessado no desenho indus-
trial do final dos anos 80. Se você olhar com cuidado,
ele pode contar muito sobre as estruturas sociais, as
necessidades humanas, a tecnologia e as técnicas do
feito à mão. E isso é um fato do design que eu defini-
tivamente adoro.
Quem admira?
Rainer Mutsch: Em matéria de design, admiro produtos
que são precisos, simples e capazes de provocar emoções
e, acima disso tudo, criações em que o designer não
tenha esquecido de atender às necessidades humanas.
Admiro quem segue essa linha.
Quando sentiu pela primeira vez que queria ser
um designer?
Rainer Mutsch: Minha família sempre foi historicamente
ligada à fabricação de móveis e ao design de interiores.
Meu avô começou fazendo estantes e armários. Meu pai
era designer de interiores e carpinteiro. Ele tinha uma
oficina de marcenaria onde fiz minha primeira cadeira
quando tinha 11 anos. Foi um momento inicial quando
soube que gostava desse campo de trabalho.
Da indústria e da
arquitetura para o
design, Rainer Mutsch
incorpora elementos
mais pesados como
o cimento em peças
de design.