

Andrea conta que os prédios antigos, quando são
reformados, recebem sempre uma linguagem bem
clean
na parte interna com portas que vão até o teto, paredes
flutuantes e a utilização frequente de materiais, como aço
e madeira. Todos os apartamentos que são lançados em
prédios antigos são “retrofitados” com uma linguagem
bem atual, fazendo contraste com as fachadas.
A arquiteta ressalta ainda detalhes curiosos que chamaram
sua atenção, como os telhadinhos sem caixa d’água e
os fios elétricos presos nas fachadas. “Como as ruas são
estreitas, elas não têm postes com fios e muito menos são
embutidos na pavimentação, como seria ideal”, explica.
Nas horas vagas, ela adora passear a pé pelo Príncipe
Real, Bairro Alto, Chiado, Largo dos Intendentes. “Gosto
de correr na beira do Tejo passando por baixo da ponte
25 de Abril, onde existe um calçadão que fica ao lado
de marinas e marcos históricos, como a Torre de Belém
e o Museu Maat, inaugurado recentemente, com uma
arquitetura orgânica e surpreendente, um projeto do
ateliê da arquiteta britânica Amanda Levete. Gosto de ir à
Fundação Gulbenkian assistir aos shows de música clássica,
ver o acervo ou passear pelos seus jardins”, sugere. Andrea
faz passeios a pé até a Praça da Estrela e indica o Cais do
Sodré que tem ótimos restaurantes, o Mercado da Ribeira
com uma enorme variedade gastronômica e também
o Campo do Ourique, com boxes de verduras e de
restaurantes lado a lado. A Fundação Berardo é outra dica,
assim como o Museu do Azulejo, o Museu dos Coches
e a Praça das Cebolas. As feirinhas também a atraem e
acontecem geralmente nos fins de semana. Podem ser de
produtos orgânicos, artesanato, antiguidades, alimentos e
produtos de segunda mão. “Alfama, bairro do fado, tem
seu charme especial, mas é importante evitar épocas de
muito turismo. A praça do Comércio abriga alguns eventos
interessantes e tem uma arquitetura muito elegante.
Adoro as lojas que vendem uma variedade inacreditável
de conservas, como sardinhas, atum e bacalhau”. E onde
se come o melhor bacalhau? Ela fica indecisa, mas indica
o Laurentina, todos os restaurantes do Avillez e o Tapisco.
Frequenta também as “tascas”, como a Taberna das
Flores. Para quem gosta de mariscos vale anotar: Mar do
Inferno em Cascais, Solar dos Presuntos e Sea Me. Mas
imperdível – e oferecido de bandeja – é o pôr do sol de
Lisboa e um
hot spot
para assisti-lo é na esplanada da
Fundação Champalimaud.
À esquerda, a bela vista da cidade de Lisboa e do Rio Tejo
desde o Castelo de São Jorge. À direita em sentido horário, o
Museu Maat – de arte, arquitetura e tecnologia – e a ponte 25
de Abril, morador das vizinhanças, e o Museu dos Azulejos
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