

muito
Chippendale
e
chintz
. Sempre com lugar
garantido para as antiguidades. Os clientes me
deixavam muito à vontade para trabalhar. E muitas
casas que decorei saíram nas melhores revistas de
arquitetura e decoração”, explica essa carioca de
inacreditáveis 92 anos que agora se dedica aos oito
netos e cinco bisnetos e que adora receber amigos
e não recusa convites para sair.
Em Nova York, sempre morou no
upper east side
.
Passou por uma
townhouse
na rua 72 e foi tro-
cando para a 79, para a 57 terminando na Quinta
Avenida (este último, vendido para a multimilioná-
ria dama do cimento argentino, Amalita Fortabat).
Ela se diverte contando por que se mudou tantas
vezes. “As pessoas vinham me visitar, adoravam a
decoração e acabavam querendo comprar tudo,
inclusive o apartamento”. O mesmo aconteceu
com suas casas de campo, ela chegou a ter qua-
tro, duas delas em Bedford.
Como toda história tem um fim, a da Lourdes
decoradora terminou em 2004, quando resolveu
voltar para o Brasil por problemas na família. Vendeu
seus imóveis e fixou-se no Rio, num apartamento
térreo, de 300 metros quadrados, porém de dois
andares, no Biarritz. Na reforma, o andar de cima,
com três quartos, ficou apenas com dois, um deles
bastante amplo e confortável, cujo centro das aten-
ções é uma cama do século XVIII em
marqueterie
.
Toda a casa é carregada de lembranças de uma
vida inteira. “Sempre tive mania de comprar obje-
tos de decoração e fui acumulando. Trouxe quase
todos os objetos que tinha na Quinta Avenida,
inclusive os sofás, mas comprei algumas coisas
aqui”, explica, mostrando a gravura de Miró que
fica no living, que é exatamente igual ao que
tinha em Nova York, os bronzes herdados do avô,
a coleção de jades e as porcelanas Ming e Tang.
Na sala de jantar, é o quadro do artista plástico
carioca Mario Fraga que capta os olhares: uma
enorme tela com a estampa de leopardo. “Tenho
mania de estampa de onça e fiquei encantada
com o quadro. Todos adoram!”.
Lourdes também assumiu o livro editado pela irmã
Helena Gondim, o “Sociedade Brasileira”, após sua
morte, mas, depois de duas edições, desistiu. “Só
fiz isso em homenagem à minha irmã. Hoje prefiro
fazer palavras cruzadas, me exercitar e estar sempre
com os amigos e a família”. • •
“Tenho mania de
estampa de onça e fiquei
encantada com o quadro.
Todos adoram!”
Lourdes Catão e a famosa tela de oncinha,
do artista plástico Mario Fraga
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