Pablo Picasso, Paul Cézanne, Andy Warhol e Jackson Pollock
são muito mais do que colegas de pintura do americano Jasper
Johns. Eles integram um clube único, o que reúne os artistas que
têm mais de uma obra entre as 20 mais valorizadas da atualidade.
Mas Johns é o único vivo e torna-se, aos 85 anos, a maior bandei-
ra da arte americana atual, literalmente, pois seu quadro Flag foi
leiloado pela Sotheby’s, há pouco mais de um ano, por mais de
343 milhões de dólares.
Mas por que Jasper Johns tornou-se um fenômeno? A resposta
está há pouco mais de 60 anos, na década de 50, quando a arte
americana estava virando a página da tendência dominante, que
era o expressionismo abstrato, e outros artistas estavam ocupando
o cenário artístico com novas experiências e novos temas, abrindo
as cortinas para o palco da
pop art
. E lá estava Jasper Johns, um
dos artistas que tiveram um papel fundamental nesse processo de
constituição do cenário da arte norte-americana.
Nascido em 1930, na Georgia, sul dos Estados Unidos, Johns sem-
pre quis ser artista. Seus pais se divorciaram, quando ele tinha três
anos de idade e ele foi enviado para a casa do seu avô paterno.
Desenhava desde criança, desenvolveu seus talentos na Universidade
da Carolina do Sul. Estimulado pelos seus professores, visita diversas
exposições em Nova York, mas vê uma interrupção ao ser convocado
para a Guerra da Coreia. De volta a Nova York, convive com grandes
intelectuais da época, como o artista Robert Rauschenberg, o co-
“False Start”, de 1959, um dos quadros mais caros da
história. E “Target with four faces”, de 1955, passo
firme de Jasper Johns na
pop art
MAGAZINE CASASHOPPING
116
ARTE