reógrafo Merce Cunningham e o compositor John Cage.
Rauschenberg e Johns começaram a trabalhar juntos,
criando projetos para as vitrines das famosas lojas, como
Tiffany’s e Bonwit’s.
Ainda um jovem pintor, com 27 anos de idade, fez a
sua primeira exposição individual na Galeria Leo Castelli
em Nova York, no ano de 1958, por intermédio de seu
amigo Rauschenberg, agora seu vizinho de ateliê. A ex-
posição foi um sucesso, todas as telas foram vendidas e o
diretor do Museu de Arte Moderna, de Nova York, Alfred
Baar, comprou imediatamente três obras para o MoMA,
a tela
Green Target
(O Alvo Verde), pintado em 1955.
Começava ali a sua consagração.
As suas telas, pintadas a óleo ou no processo de en-
cáustica, tratavam de temas aparentemente banais e ti-
nham quatro temas principais: letras, números, alvos e
a famosa bandeira norte-americana que despertou tan-
tos e tantos comentários. A encáustica era uma técnica
que já tinha sido abandonada pelos pintores há muitos
anos. Mas Johns a reviveu e a sofisticou, usando uma
base de pó metálico e laca, como um metal derretido
que, quando seca, mantém brilho e texturas que lem-
bram um metal.
O pintor Donald Judd considera a dupla Johns e
Rauschenberg como precursora dos trabalhos em três
dimensões: não se trata nem de pintura, nem de escul-
tura, mas tem uma descendência direta inspirada com
os
ready-mades
de Marcel Duchamp – o francês foi
mentor do artista e grande marco na obra de Jasper
Johns, e afirmava que o artista põe em movimento um
processo criativo que os espectadores devem comple-
tar: “Ele levou a arte para um campo em que a lin-
guagem, o pensamento e a visão agem uns sobre os
outros. Trazer a dúvida para o ar que envolve a
pop art
pode ter sido uma grande obra de
Duchamp
”, disse.
“De zero a nove” (Zero to Nine), de 1960, um dos
expoentes da série Numbers.
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