Não demorou para a pictografia ir além do esporte. Da
malha alemã, a American Institute of Graphic Arts (AIGA)
tirou 34 novos ícones de sinalização para os aeroportos
norte-americanos. Dela também saíram as placas de trân-
sito, como conhecemos hoje, os personagens estáticos das
portas de banheiro, dos shoppings e feiras internacionais.
Nos Jogos, o paradigma em questão só se quebrou em
1992. O formato duro de Aicher não dialogava com o
logo abstrato criado por Josep Maria Trias para a festiva
Olimpíada de Barcelona. “Pela primeira vez, a régua e o
lápis foram trocados por elegantes linhas de pincel feitas
espontaneamente, mostrando que é possível unir ilustra-
ção e sinalização”, completa.
No ano seguinte, os ícones dos Jogos de Atlanta partiram
do “Homem de Vitrúvio”, de Leonardo da Vinci, seguidos
do boomerangue australiano, base dos pictos de Sydney,
até chegar a Londres, a primeira cidade a apresentar dois
modelos pictográficos: um deles livre de interferências, e
o que decorava a cidade com traços retos paralelos que
remetiam à malha do metrô mais antigo do mundo.
No Rio, a jornada para deixar o espetáculo mais ca-
rioca rendeu pioneiros logos tridimensionais, considera-
dos os mais inclusivos de todos os tempos pelo Comitê
Paralímpico Internacional; um lettering concebido pela
prestigiada maison de fontes inglesa, Dalton Maag, e o
ápice se deu justamente com os pictogramas. Pela primeira
vez, na história, todas as modalidades ganharam represen-
tações que separam, na íntegra, os esportes olímpicos e
paralímpicos.
Pingos nos is
Da definição de pictografia, “palavra pintada”, saiu a
ideia do time carioca: a fonte recém-criada seria o pon-
to de partida. Cada letra traz um significado: o “M” veio
do calçadão de Copacabana; do Cristo Redentor, o “T”, a
Pedra da Gávea aparece no “R” e a lista segue.
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