MAGAZINE CASASHOPPING
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Flatform?
Sim, esta é a palavra de ordem nos
pés da moda. Trata-se de uma base quase reta,
que aumenta a altura da usuária em muitos cen-
tímetros. Pronto: só isso já conquista a brasileira
que mede em torno dos 1,60m, adepta do uni-
verso
fashion
, louca para se aproximar do porte
das modelos de 1,80m. A palavra combina o
“flat” das sapatilhas e rasteiras com o “form” das
plataformas. Outra denominação forte é
creeper
(literalmente, trepadeira, em inglês), que lembra
os estilos usados pelos punks ingleses.
Origem nobre – no início do século XXI, a
moda rua de Barcelona impôs botas pretas com
plataformas parecidas. Um sucesso efêmero,
pesado, mas agradou às jovens de saias curtas,
que nem se importavam para o fato de calçarem
modelos conhecidos no Brasil como botas que-
bra-pé. Para quem torce o nariz para as
creepers
e
flatforms
, podemos reforçar o uso lembrando
o estilo na Renascença dos chopines de Veneza,
sapatos com plataformas que chegavam a 50
centímetros de altura.
Quem usava? As mulheres ricas, os nobres
e comerciantes abastados. Precisa de motivo?
Segundo o blog Tudor Brasil, “as mulheres da
alta classe veneziana eram mantidas longe da
vista e apareciam para a sociedade, apenas
em determinadas épocas do ano. Quando
apareciam, estas mulheres eram montadas em
esplêndidos vestidos e chopines muito altos.
Seu trabalho era transmitir a riqueza de suas
famílias, bem como a maior influência de
Veneza. Elas tinham de andar muito devagar,
necessitando da ajuda de dois ou mais servos
ou empregados para sua locomoção”. Há
quem compare os
creepers
com os sapatinhos
das chinesas, que tinham os pés deformados
em tamanquinhos de madeira.
Dois aspectos do estilo na coleção de verão
2017 da Louis Vuitton: na foto da página anterior,
vestidos estruturados com
boots
de plataforma –
que verão será este? Na imagem ao lado, além do
boot, a coleção da grife sugere a sandália de tiras
largas de verniz, nas alturas do solado
flatform
Foto divulgação Louis Vuitton