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E

legância, estrutura, sutileza, encanto, fascínio.

Estamos falando em arquitetura ou em vinhos?

Em ambos. Desde a inauguração da Cité du Vin,

em Bordeaux, a relação entre enólogos e arquitetos vem

chamando a atenção de vários mundos, especialmente a

do design e a do paladar – mais particularmente a do fe-

nômeno do enoturismo, com o espetáculo que algumas

das mais famosas vinícolas do mundo estão dando com

as linhas de seus novos prédios para atrair visitantes e

dar, com o arrojo das construções, o mesmo impacto da

prova de um grande vinho.

Assim, nomes como Viña Tondonia, Marqués de Riscal e

Château Cheval Blanc uniram-se a nomes como Christian

de Portzamparc, Zaha Hadid e Frank Gehry para abrir as

portas dessa nova sensação ao viajante, a de degustar o

design.

A arquitetura do Museu Guggenheim de Bilbao foi a

origem de alguns desses movimentos. A própria Cité du

Vin, um misto de museu, palácio de exposições e centro

acadêmico em torno do vinho seguiu as linhas que a

sua vizinha espanhola trouxe com o projeto de Frank

Gehry. Inaugurado em maio, o projeto ganhou a forma

positiva de um decantador – ou de um imenso polegar

– e se eleva a 50 metros de altura, sobre uma estrutura

tubular e sinuosa, que cobre um espaço de 10 mil metros

quadrados.

Falamos em Frank Gehry? Pois ele mesmo foi o res-

ponsável por um projeto mítico na área da arquitetura

das vinícolas. Em Elciego, no mesmo País Basco de seu

Guggenheim, ele atualizou todo o projeto da vinícola

bem ao seu estilo, com direito a folhas esvoaçantes de

titânio pintadas com as cores do vinho da região da Rioja,

considerada a Bordeaux espanhola, e com a prata, cor

original dos selos da vinícola.

O projeto, de 2006, previa não somente a moderniza-

ção das instalações da Marqués de Riscal, de cerca de

1860, como também a instalação de um hotel de luxo

com 43 quartos, um spa de vinoterapia, um pequeno

museu da vinicultura da área e um restaurante, todos

com o traço dele, que é considerado um dos maiores ar-

quitetos de todos os tempos. Uma degustação, pode não

atingir os 100 euros, mas a diária de um quarto nobre

pode superar a marca dos 800 euros.

Nem só da beleza do design vivem as curvas em uma

vinícola. As estruturas sinuosas são também um recurso

para manter temperaturas e evitar choques térmicos,

fatais para vinhos finos e delicados. Dois exemplos re-

centes foram aplicados em dois vinhos míticos, um, pela

tradição, outro, pela ousada modernidade.

Esse lado moderno está nas linhas da Viña Vik, consi-

derada a melhor do momento no Chile – produzem não

somente um único vinho mas também um vinho único,

batizado com o nome da vinícola. Um dos processos de

produção envolve a difusão da exposição solar sobre a

sala das barricas e ainda protege o processo de seleção

de uvas e de sua colocação nos grandes tanques, localiza-

dos no subsolo. Do lado de fora, porém, a marca artística

da arquitetura, com uma passarela em concreto escova-

do sobre uma lâmina de água salpicada com pedras do

próprio

terroir

que gera o vinho.

MAGAZINE CASASHOPPING

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Fotos: Divulgação