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O mesmo processo de usar a curvatura para a difusão
da luz do sol foi usada por Martín Hurtado no projeto
das adegas da Almaviva. Ali, em pleno Vale de Maipo, ele
ergueu uma forma feminina para dar a solução arquite-
tônica e o emblema estético da união de duas tradições
que se modernizam cada vez mais, a Concha y Toro e a
Baron Philippe de Rothschild.
Mas o lado da tradição também rompe a sua casca
para as luzes do futuro. É o caso do lendário Château
Cheval Blanc, que encomendou ao arquiteto Christian de
Portzamparc (o mesmo de nossa Cidade das Artes) um
projeto que unisse design e funcionalidade para a adega
da venerável vinícola de Saint-Émilion, em pleno coração
de Bordeaux. Em parceria com o enólogo Pierre Lurton,
responsável tanto pelos vinhos do Cheval Blanc como
também de outro ícone, o Château d’Yquem, na vizinha
Sauternes, Portzamparc desenvolveu um projeto de linhas
simples, mas cativantes e de pouca interferência com o
arvoredo local.
As linhas do prédio, que não supera os dez metros de
altura, cobrem uma galeria de cubas de concreto, onde
fermentam as uvas dos diferentes lotes da propriedade.
“Nenhuma linha ali é supérflua e tudo se integra à perfei-
ção com o processo de fabricação do vinho e da integra-
ção ao quadro da propriedade”, disse Lurton, no ato da
inauguração do espaço, em 2011.
Sol, céu e arte no projeto de Álvaro Siza Vieira para a
adega da Quinta do Portal, no Douro
“Nenhuma linha ali
é supérflua e tudo se
integra à perfeição com
o processo de
fabricação do vinho
e da integração ao
quadro da propriedade”
Pierre Lurton