Brendan e Dominique resumem a história do escritó-
rio em antes e depois do restaurante Georges, feito no
Centro Georges Pompidou e inaugurado em 2000. Eles
ganharam a concorrência para fazer o restaurante com-
petindo com cinco escritórios. “O briefing do projeto era
simples: precisamos de um restaurante e queremos um
que nos leve ao século XXI”, lembra Brendan.
No sexto andar do Centro Georges Pompidou, o restau-
rante surpreendeu com uma nova paisagem, construída
com vários volumes revestidos de alumínio, que defor-
mavam a superfície, quebrando a monotonia do espaço
e, ao mesmo tempo, funcionando como cozinha, bar,
recepção, etc. O Georges arrasou. E quando foi inaugu-
rado passou a ser o ponto de encontro das festas mais
concorridas da cidade. Além de ter uma vista incrível
para os quatro cantos de Paris, ele causa impacto com
o design inovador do ambiente interno, formado por
surpreendentes iglus futuristas.
Uma curiosidade: ao criar os iglus para o restaurante
Georges, Brendan e Dominique viram a necessidade de
encontrar programas de comando numérico capazes de
ajudá-los na complexidade de formas. “Compramos com-
putadores mas levamos muito tempo para achar o progra-
ma adequado. Encontramos um pacote de
softwares
usado
Acima o showroom da RBC no Cubo Laranja, ao lado, inaugurado ano passado
como parte da revitalização do porto de Lyon às margens do rio Saône
na indústria naval e acabamos contratando um arquiteto
naval para trabalhar conosco. Ele produziu a informação
digital necessária para construirmos cada um dos quatro
volumes usados no restaurante”, revela.
Brendan MacFarlane e Dominique Jakob não se limi-
taram aos desafios de deformar e vestir antigas arquite-
turas. Criaram também “As Turbulências FRAC (Fundo
Regional de Arte Contemporânea)”, em 2013, revitali-
zando antigas construções de uma base militar do século
XIX em Orleans, França.
É impactante o contraste entre os prédios militares e as
turbulências, duas superfícies que se elevam e se encon-
tram revestidas de finas malhas metálicas, onde à noite,
com a intervenção artística do Electronic Shadows, sur-
gem imagens de luz com vários tipos de informação em
tempo real, que vão do tempo à programação do centro.
Com galeria para exposições temporárias e para mos-
tras audiovisuais além de um espaço de convívio, “As
Turbulências” surpreendem com uma arquitetura na era
digital apostando na experimentação como motor da
inovação. “É preciso desenvolver o hábito de experimen-
tar, pois é dessa forma que passamos a acreditar mais no
futuro”, afirma Brendan MacFarlane.
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