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inspiração
Ano passado, ele lançou dois projetos de mobiliário
urbano: o Clover, uma linha de luminárias que definiu
como árvores energéticas com painéis solares e LEDs; e
o Escala Numérica, um ponto de ônibus com
wifi
e uma
horta na cobertura. Atualmente, Mathieu Lehanneur tra-
balha em vários projetos diferentes: uma bicicleta elétrica
dobrável, um barco de motor híbrido, um restaurante de
comida sem glúten, além do design farmacêutico.
Ciência, arte e tecnologia se misturam em suas criações
a ponto de atrair o mundo musical de vanguarda. Em
2013, o famoso duo de música eletrônica Daft Punk,
escolheu o espaço Electric, assinado por Mathieu em par-
ceria com Ana Moussinet, para gravar seu álbum Random
Access Memories. Com 1.000 metros quadrados e vista
para a Torre Eiffel, Electric é uma plataforma cultural, um
ponto de encontro futurista com quatro árvores imensas
em fibra de vidro com galhos que emitem som e luz. Em
2015, Lehanneur foi escolhido para ser o chefe do novo
centro de pesquisas da Huawei, gigante chinesa dos
smartphones em Paris.
Mathieu nasceu em Rochefort-sur-mer. É o caçula de
uma família de sete filhos. “Cresci nessa microssociedade
em que as necessidades e os desejos de cada um vinham
sempre depois do coletivo. Desde o início entendi esse
confronto entre o desejo individual e o interesse comum.
Talvez tenha me tornado um designer para tentar encon-
trar soluções para o maior número de pessoas possível
sem esquecer de cuidar do indivíduo”, diz Mathieu que,
para pagar os estudos, trabalhou como cobaia da indús-
tria farmacêutica.
“Eu ficava hospitalizado sob supervisão médica para
testar medicamentos antes que eles fossem lançados no
mercado. Nesse período, tive tempo para ver os remédios
como um belo tema para o design”, afirma Mathieu que
apresentou como projeto de formatura na École Nationale
Supérieure de Création Industrielle (ENSCI Les Ateliers)
“Objetos terapêuticos”. O trabalho sobre a ergonomia
dos medicamentos faz parte hoje do acervo do MoMA.
Em 2008, ele ganhou o prêmio de Melhor Invenção, dado
pela revista “Popular Science” por Andrea, um purifica-
dor de ar através de plantas, desenvolvido com David
Edwards e também adquirido pelo MoMa.
Um poste híbrido, de madeira, e painéis para captar energia
solar. O designer define Clover como uma árvore energética
Com árvores energéticas, postes
de rua que captam energia solar e
estações de descanso onde você se
conecta com o mundo, batizadas de
Escalas Numéricas, Mathieu Lehanneur
mudou o mobiliário urbano
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