MAGAZINE CASASHOPPING
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gastronomia
A carreira de Dinara parecia encaminhada. Arquitetura,
design, projetos e fotografia de produtos davam o rumo
de sua vida – até que, numa bela noite, ela chegou em
casa com vontade de comer um doce. Fez um, fez outro
no dia seguinte, mais nas semanas seguintes. Com as
receitas, vieram os acabamentos que encantavam os
amigos, não pelas aparências apetitosas, mas pelo acaba-
mento do mais fino design.
Quando suas criações começaram a chamar a atenção
do público, a cozinha já era pequena. Dividindo o espaço
com rolos e fogões estavam os plotters de 3D, com os
quais criava moldes e formas em silicones para recriar
bolhas, dar novos sabores às esferas e uma diagramação
inteiramente diferente à confeitaria contemporânea.
Hoje, longe de seus primeiros empregos, ela divide o que
chama de “atelier” com uma equipe de 16 pessoas.
Se o empreendimento de Dinara Kasko é uma das novi-
dades da confeitaria mundial, sua arquitetura se mantém
mais atual do que nunca e, mais importante, é aplicada
como em um projeto urbano. “Tanto um doce quanto
uma casa exigem um design preliminar, que demanda
um trabalho com forma, volume, composição, cor e textu-
ras adequadas”, diz ela, que acaba de completar 27 anos.
Outra peça fundamental de sua cozinha é o artefato
que ela considera o mais importante da arquitetura e,
portanto, da confeitaria, o computador. Todas as suas
criações mais recentes foram concebidas em programas
de arquitetura paramétrica, alguns usados pela indústria
automobilística. “São processos baseados em algoritmos
que dão a linha de parâmetros fundamentais para ligar
a ideia ao produto final”, explica, deixando uma infor-
mação a mais no ar: além dos doces, os próprios moldes
também estão à venda.
“Tanto um doce quanto
uma casa exigem um design
preliminar.”
Dinara Kasko
Geometria concreta no suspiro de chocolate recheado.
Na página anterior, bolo de bolhas com frutas exóticas.