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Abaixo, duas etapas do preparo de peças: a linha já moldada (esquerda) e a queima no forno
(direita). Na página anterior, uma das peças históricas da ala do museu dedicada às caças.
E faz é tempo. Puxando a conta, são quase dois
séculos de fabrico de utensílios e objetos decorativos
inicialmente feitos em cerâmica “pó de pedra”, méto-
do para lá de rudimentar (afinal, começou em 1816),
que depois foi aperfeiçoado com técnicas mais elabo-
radas, fruto de uma providencial investida na região
de Sèvres, na França, berço das mais belas cerâmicas
do mundo. Ali, uma leva de profissionais portugueses
aprendeu a pôr a mão nessa massa branca, translúci-
da e impermeável que é a porcelana, e não esqueceu
jamais. Hoje, os portugueses são mestres nessa área,
entre os melhores do mundo.
Desde sempre, a Vista Alegre produz suas peças na
fábrica montada nos 40 hectares da fazenda Ermida
de Vista Alegre, em Ílhavo, em Aveiro, adquirida pelo
abastado José Ferreira Pinto Basto. Nessa propriedade,
que inclui a bela igreja barroca de N.S. da Penha da
França, Pinto Basto, na companhia de seus 15 filhos,
fundou a Pinto Basto & filhos e começou o seu próspe-
ro e longevo negócio.
Aveiro, uma das cidades mais lindinhas das costas
portuguesas, com seus canais e orla da praia com casas
de madeira – fica a duas horas de carro de Lisboa. Um
pulo e um grato programa, estradas ótimas e muito
por fazer e comer por lá: a sardinhada, arroz molhado
no tomate e azeite misturado com sardinha, é de não
esquecer jamais e chegam em pratos fundos feitos
adivinha onde?
A Vista Alegre só divide as atenções por ali com
o Museu do Bacalhau. É que Ílhavo era o ponto de
chegada dos barcos que vinham da Noruega apinhados
de bacalhau. Ali eram salgados no sal e expostos ao
sol. É divertido visitar e explorar esse universo.
Na Vista Alegre, as visitas guiadas pelas instalações da
nova e da antiga fábrica são a atração principal. Vale muito,
uma informal aula sobre a confecção, cozimento, criação,
montagem e pintura manual. Depois, tem a loja com as
novas peças da casa. Mais adiante, outro espaço só de
“pontas”, peças fora de linha que saem bastante em conta.