

As intervenções do arquiteto em prédios históricos
são precisas e delicadamente transformadoras. No
Museu Abade Pedrosa, em Santo Tirso, Álvaro Siza e
Eduardo Souto de Moura conseguiram unir um prédio
contemporâneo ao mosteiro barroco de Santo Tirso.
Em 2017, o prédio da Universidade Católica do Porto
recebeu o prêmio João Almada, atribuído aos melhores
exemplos de reabilitação. Álvaro Siza tem obras na China,
Coreia, Europa e em várias partes do mundo. Em Barcelona,
fez o Teatro Auditório Llinars del Vallès (2015), obra que
evoluiu a partir da caixa cênica, respeitando o lindo parque
que a circunda. Em torno dela, estão organizados espaços
cenográficos que permitem um aproveitamento versátil de
acordo com o tipo de espetáculo.
Siza é um artista da luz. E a Fundação Nadir Afonso
(2016), construída na margem direita do rio Tâmega,
em Chaves, ilustra bem isso. Como não vê qualquer
sentido no uso de projetores em exposições, é generoso
no uso de claraboias e hábil no domínio da luz natural.
Para evitar o risco de inundação, elevou o piso único do
edifício com uma série de lâminas estruturais, garantindo
o acesso por uma rampa.
O atual desafio do arquiteto é construir uma ponte sobre
o Rio Minho. Projeto que ele já desenhou, como o braço
gigantesco de um nadador. Arquitetura com “A” maiúsculo,
segundo Álvaro Siza, também pode ser arte. Desde que
cumpra sua função para dela finalmente se libertar.
Universidade Católica do Porto, no alto, premiada em 2017 como
melhor exemplo de reabilitação. Ao lado, o Teatro Auditório
Llinars del Vallès (2015), cercado por um parque em Barcelona
Fotos: João Morgado - Fotografia de Arquitetura
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