

O rapaz, que sonhava em ser artista, acabou seduzido
pela arquitetura através de Le Corbusier, quando entrou
numa papelaria e viu um livro do arquiteto. Ficou
impressionado como ele transformava suas construções
em verdadeiras esculturas.
Em sua memória afetiva, há várias influências. Lembra
até hoje das visitas que fazia com o pai a La Lonja, em
Valência, um mercado no estilo gótico tardio. Em Paris,
aos 16 anos, sentiu um impacto enorme ao entrar na
catedral de Notre Dame, às 11 horas, quando o sol
iluminava os vitrais. “É nesse momento que a arquitetura
pode emocionar, despertando as mesmas sensações
que a música”.
Formado em arquitetura em 1979 pela Universidade
Politécnica de Valência e em engenharia estrutural pelo
Instituto Federal de Tecnologia, em Zurique, ganhou, em
1983, sua primeira competição com um projeto para a
construção da Estação de trem Stadelhofen, em Zurique.
No ano seguinte, construiu a ponte para os Jogos
Olímpicos de Barcelona. Foi o começo para uma série
de pontes que lhe deram reputação internacional.
O braço direito de Calatrava nos negócios é a mulher,
Robertina, com quem teve três filhos, Rafael, Gabriel e
Micael. Quem entra em sua casa, em Manhattan,
é recebido por uma galeria de esculturas, cerâmicas
e aquarelas assinadas pelo arquiteto. São lindas as
cerâmicas em preto e branco pintadas com touros,
obsessão temática do artista e símbolo da Espanha. • •
Atualmente, Calatrava constrói, em Londres, um de
seus trabalhos mais ousados, a Península Place, à beira do
Tâmisa, que custará US$ 1.260 milhões e é considerado
o maior projeto de regeneração urbana da Europa sob a
responsabilidade da empresa Knight Dragon.
São 130 mil m
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com direito a um enorme jardim de
inverno, “uma floresta urbana sob teto de vidro, de
onde se percebem as três torres em volta. Um lugar
extraordinário para quem mora ou visita. Uma cidade
real”. A revitalização criará 15.720 casas em sete
novas vizinhanças.
Nascido em Benimàmet, na Espanha, em 1951,
Santiago Calatrava cresceu numa casa onde os ídolos
eram Velázquez e Goya e, desde que se entende por
gente, vive desenhando.
“É nesse momento
que a arquitetura pode
emocionar, despertando
as mesmas sensações
que a música”
Calatrava e ao fundo sua Cidade das Artes e Ciências em
Valência, que ficou pronta em 2005 e já foi cenário futurista do
filme “Terra do Amanhã”, da Disney
RJR / Shutterstock.com
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