

Mario Mangia Filho, comprou de Tácito Prado,
uma casa construída pelos Irmãos Roberto na
Samambaia. “Era completamente diferente. Você
entrava já na parte de cima, na sala, e os quartos
ficavam embaixo. As paredes foram revestidas
com pedras irregulares de rio da região”, lembra.
Criança, ela presenciou uma curiosa discussão
sobre a utilização de alumínio em telhados, ao
acompanhar o pai numa visita à casa de Lota
de Macedo Soares, em construção pelo jovem
Sergio Bernardes ainda nos seus 30 anos. “Parece
telhado de galinheiro”, ouviu Vanda, nas primei-
ras impressões sobre o pioneirismo de Sergio.
Quer admirar a arquitetura especial da cidade?
Basta, segundo Marcos, caminhar a partir da
Praça da Liberdade em direção à Catedral, ao
longo da Av. Koeler onde se encontram os pala-
cetes da cidade. “A partir da Catedral e subindo
a Avenida Ipiranga, estão implantadas edifica-
ções originalmente residenciais, associadas ao
ecletismo e ao modernismo que enriquecem o
conjunto como um todo”, diz o arquiteto.
“A partir da Praça da Confluência, onde se
encontram os rios Quitandinha e Piabanha, e
onde se localiza o Palácio de Cristal, continua
Marcos, “pode-se percorrer a Av. Piabanha ou a
Av. Barão do Rio Branco, onde se localiza a antiga
residência do referido Barão, avenidas com rara
qualidade urbano-paisagística”.
Segundo Marcos Bittencourt, um espaço de
grande referência para o petropolitano é a Praça
D. Pedro, que com a Praça dos Expedicionários,
forma um ambiente tombado com o Teatro
Municipal e o edifício Quartier e, no lado oposto,
a Casa d’Ângelo, todas edificações
Art Déco
.
“A rua do Imperador, com cerca de um quilô-
metro de extensão ao longo do Rio Quitandinha
retificado”, explica o arquiteto, “é o grande
eixo comercial da cidade com edificações monu-
mentais como o prédio dos Correios, o Colégio
Estadual Pedro II, o Grande Hotel defronte do
Obelisco e sobrados cujos térreos são ocupados
por comércio e, ainda, alguns edifícios residenciais
construídos antes do tombamento. É uma rua de
intenso movimento e variedade de edificações de
diferentes períodos”.
Enquanto várias cidades serranas tiveram seus
sobrados demolidos na especulação imobiliária
a partir da década de 1970, Petrópolis manteve
seu patrimônio. Isso graças à política de preserva-
ção do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional) e do INEPAC com uma enorme
mobilização da população. Hoje a cidade é um
dos maiores tombamentos do Brasil. • •
Casa do Tatu, feita sobre a água
usando o conceito de palafita.
Projeto de Claudio Bernardes e
Paulo Jacobsen em Angra
Foto: Leonardo Finotti
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