famosa pela qualidade de impressão das estampilhas, fe-
chada em 2010. E está sempre de olho em preciosidades
saídas de lá para 160 países do mundo, hoje à venda, in-
clusive, em concorridos leilões pela Internet. Mas jura que
não sabe quantos selos tem. Só conta que estão todos
guardados em armários, protegidos por Sterilairs (apare-
lhos que deixam o ar estéril) e desumidificadores.
Para atender a este público, alguns países – como
Holanda, Alemanha, Japão, Dinamarca, Estados Unidos
e Inglaterra – investem continuadamente em seus selos
postais, contratando designers gráficos e agências de re-
nome local na elaboração de seus impressos de valor. Na
Holanda, por exemplo, os selos começaram a se destacar
nos anos 1980, quando designers top do país (e, conse-
quentemente, do mundo) fizeram selos de vanguarda em
termos de linguagem. “São nomes como Wim Crouwel
(uma das grandes referências mundiais da área), Irma
Boom (superdesigner de livros), Piet Zwart (fez selos ino-
vadores da década de 30), R.D.E. Oxenaar (desenhou para
um selo o dragão de uma das minhas tatuagens e as di-
ferentes cédulas de Florim), Dick Bruna (autor da Miffy,
o Mickey holandês), Jetset Studio, Max Kisman (trabalho
muito diferente, primeiro selo projetado direto no com-
putador), Jan van Krimpen (selos mais tradicionais, com
lindas letras desenhadas), M.C. Escher (o próprio), Neville
Brody (superdesigner inglês), Peter Bilak (type designer
tcheco) e Karel Appel (artista plástico, integrante do mo-
vimento Cobra)”, enumera Fabio.
Mas, apesar de gente como Fabio e Aldemar, nem
sempre é a beleza que dá as cartas neste mercado. Há
que se considerar a raridade e aspectos da impressão
dos selos. É o que explica casos como do sueco “tre
skilling banco” (1855), cujo preço de venda (6 milhões
de dólares, em 2010) foi o mais caro já divulgado até
então no mundo. “Ele é feio! A raridade está na sua
cor amarela, por erro não identificado na fase de im-
pressão, já que a cor correta deveria ser verde. É óbvio
que aconteceu um erro de impressão de uma folha (ou
mais de uma?), na qual ele e todos os demais selos
que a compõem receberam a mesma tinta amarela.
Quantos existiram, não se conseguiu descobrir. O fato
é que ninguém percebeu a cor errada, e todos esses se-
los cumpriram sua função postal normalmente. Este foi
achado por acaso por um jovem em guardados do avô
num sótão”, conta o professor. “O selo é feio, usado,
carimbado, comuníssimo na Suécia. Eu não daria nada
por ele, mas um consórcio internacional o comprou”.
Já o americano “Inverted Jenny”, de 1918, teve o avião
impresso de cabeça para baixo também por erro. E por
Conjunto valorizado: quadra com
carimbo comemorativo do milésimo
gol de Pelé. Abaixo, elo comemorativo
do centenário do selo postal com a
reprodução de um “olho de boi”
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