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izem que o essencial é invisível aos olhos. Mas aos óleos, ele é
bem visível. Especialmente aos azeites, na forma brilhante das
essências das azeitonas, que, cada vez mais espalhadas pelo
mundo, exibem aromas de centenas de variedades, que conferem cor-
po, textura e sabores como as uvas de um grande vinho. O grande
arco que forma o litoral do Mar Mediterrâneo é a origem do fruto e de
seu óleo, citados largamente em bíblias e odisseias. Mas a sua cultura
ganhou o mundo gourmet e, hoje, é produzido com qualidade nos
Estados Unidos, no Chile e, claro, no Brasil.
A associação dos azeites de oliva com os vinhos não é incidental. Em
muitos vinhedos europeus, as plantações crescem em áreas vizinhas – na
antiguidade, já foram combinadas, tanto pela sombra contra verões incle-
mentes, como pela própria estrutura que o tronco de uma oliveira dava
para a subida das videiras, trepadeiras por natureza. Na Odisseia, Homero
não cita somente o azeite: ele vai além e fala dos tipos de plantas nativas
e as transplantadas. Nada mal para um relatório de três mil anos atrás.
Até que se tornasse o carinho das saladas, o bálsamo dos bacalhaus, o
brilho dos peixes brancos, muita história foi colhida. Assírios, sumérios,
fenícios, gregos, egípcios e romanos contribuíram com o azeite que está,
hoje, em nossa mesa. Eles evoluíram de lá e, hoje, a União Europeia pro-
tege a denominação de 126 regiões produtoras. Mas nós evoluímos daqui
e, hoje, já pleiteamos as nossas próprias denominações de azeites de oliva.
Uma delas, a Contrafortes da Mantiqueira, em Minas Gerais, é uma das
bandeiras do azeite Cauré, produzido por Márcio Cardoso.
DOS AROMAS DOS PRODUTOS BRASILEIROS
AO TALENTO FEMININO PARA A
DEGUSTAÇÃO, AS SURPRESAS E O DESIGN
POR TRÁS DOS AZEITES DE OLIVA
OLHOS
ÓLEOS
NOS
PEDRO MELLO E SOUZA
MAGAZINE CASASHOPPING
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