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E os azuis? Quem agora sai toda feliz com sua calça jeans skinny nem ima-
gina a disputa que acontecia em torno do índigo, extraído de uma planta da
Índia – o nome saiu de
indikos,
palavra grega que designava hindu –, mais tarde
levada para os Estados Unidos, onde era cultivada na base do trabalho escravo.
Associaram? Azul índigo, plantações americanas, mineiros na Califórnia: fatores
que levaram à criação da primeira marca de jeans, a Levi’s.
DEFINIÇÕES
Depois de ser nobre, riqueza e batizar um país, a cor evoluiu para outras defini-
ções. Meninos usam azul, meninas usam rosa. Pink é cor de Barbie; verde, dos uni-
formes militares no tom oliva. Marinho, virou Navy, de marinheiros. O preto, que
tanto foi cor de vestido de noiva na Europa como sinal de luto no Ocidente, ga-
nhou preferência fashion a partir dos anos 1990, quando foram sugeridos como
cor da moda por estilistas japoneses e belgas. Sem falar no mito do
little black
dress
consagrado pelos americanos, mas lançado pelos franceses.
BRANCO
Em meio a tanto colorido, o branco sempre foi algo especial. Para conseguir uma
camisa branca no século XVIII, era preciso submeter o fio de algodão ou o próprio
tecido a lavagens de clareamento que eliminavam o tom natural da fibra. Nos
tempos modernos, o italiano Valentino Garavani sempre incluiu longos casacos
de lã branca nas coleções. Quem poderia usar esses casacos, que ficavam com as
barras sujas na primeira neve do inverno e tinham que ser lavados em tinturarias?
Só as clientes milionárias! Valentino também apostou no vermelho, um vermelho
com um brilho forte, que ganhou seu nome. Impossível existir um desfile da grife
sem o longo maravilhoso, no vermelho Valentino.
MAGAZINE CASASHOPPING
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Há um boato em torno dos verdes – cor que
as francesas acham que não dá sorte.
“Vert, malheur”,
dizem as elegantes parisienses.
TEMPOS MODERNOS
Se a questão da cor da moda era fundamental, logo surgiram empresas que aten-
diam às necessidades da indústria de corantes, analisaram a evolução dos costumes
e ainda apelavam para o instinto para anunciar as respostas para as indústrias. Este
é o campo de ação da CAUS (Color Association of United States), associação base-
ada em Nova York, onde uma das pesquisadoras, Margaret Walsh, começou a dar
consultorias e escreveu a bíblia das cores, o livro Living Color: the definitive guide to
color palettes through the ages, junto com Augustine Hope. Margaret fez algumas
previsões durante os eventos de tendências promovidos pelo Senac Rio, em meados
dos anos 2000. Previsões estas válidas por muitos anos, como ela avisava.
VIDA ÚTIL
Cores têm um ciclo de 10 anos. Vamos entrar no ciclo dos azuis, das referências
nos oceanos. Ao mesmo tempo, há uma onda forte de metalizados, dourados,
prata, cobre e metais envelhecidos – anunciou na última conferência. O que acon-
teceu? Muito azul na moda, a valorização da turmalina paraíba, os turquesas, as
estampas de conchas, peixes, imagens de surfe. Os metalizados continuam até hoje,
em roupas e acessórios.
Além da moda, o CAUS atendeu à indústria automobilística americana, às marcas
de tintas de parede e de forrações e tapetes. Mas outra marca se fortaleceu como
referência, a Pantone. Também americana, da vizinha Nova Jérsei, desde 1962,
cria, imprime e lança folhas de cores inicialmente empregadas na indústria gráfica.
Atualmente, lança cadernos espirais com cartelas completas, recortáveis, renovadas
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