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na natureza. No Vale, estão sediadas empresas como a
Apple, Google, Facebook, Twitter… e milhares de
star-
tups
, empresas que estão nascendo.
Pois assim, ao final de um dia de visitas a parques e
museus de San Francisco, ajustamos o GPS Tom Tom
do iPhone para Menlo Park e fomos visitar, socialmen-
te, o carioca Marcelo do Rio. Para quem é antenado,
Marcelo é um simpático e bem-sucedido empresário
carioca. Começou com o Caroline Café, depois criou
a Melt, a cervejaria Devassa, e hoje é sócio da Vezpa.
Mas não só da Vezpa. Na Califórnia, Marcelo se tornou
sócio de uma das
startups
que citamos antes. E a nossa
visita se deu poucos dias antes do lançamento do seu
produto. A câmera e plataforma Graava –
-
graava.com. Uma câmera de filmar. Mas o que poderia
haver de novo nisso? Já há tantas, diriam vocês. E pla-
taforma, o que é isso?
Vamos explicar. Sim, câmeras há muitas. Mas câmeras
de filmar produzem uma enorme quantidade de ma-
terial que depois precisa ser selecionado e editado. E,
cada vez mais, na medida em que o armazenamento de
dados fica mais barato, mais se filma, mais se grava e
menos se edita. A gravação em vídeo de uma viagem
de carro ou moto, uma festa, um aniversário ou casa-
mento podem produzir horas de imagens.
Mas quanto desse material será realmente aproveita-
do? E aí entra a Graava. Ela “percebe” sinais como alte-
ração de velocidade, movimentos rápidos, ou até, para
quem tem um Apple Watch, a variação do batimento
cardíaco do operador da câmera. Digo operador, mas
a câmera pode estar presa a um volante ou capace-
te. Ainda assim, a Graava “grava” esses dados junto
com as imagens. E, depois – entra aí a plataforma que
falamos antes –, através de um serviço disponível via
Internet, seleciona as imagens que devem interessar e
devolve o material editado.
O dono da câmera e do material pode, é claro, fazer
o que quiser com as imagens, como, por exemplo, por
questões dramáticas, exibir um longo trecho de uma
estrada reta, no deserto, material que o software, pela
provável ausência de alterações, consideraria descar-
tável. Mas, de qualquer modo, a ideia é genial e nova.
E essa é a palavra mágica: nova. Finalmente chega-
mos ao assunto do início. A ideia que, se transformada
em produto virará inovação, surge em algum momen-
to. Depois há vários passos a seguir antes de transfor-
má-la em um produto. E quase tudo, como também fa-
lamos, passa por gente. Amigos, investidores de olhar
acurado, até mesmo parentes, juntam-se para formar
uma empresa para poder viabilizar a ideia. Conseguido
o capital – eventualmente uma
startup
tem mais que
uma rodada de captação – parte-se para o trabalho.
Montar escritório, contratar gente, registrar o domínio.
Nesse caso, houve uma coisa inesperada. O nome
graava.com pertencia a uma empresa indiana: Gravaa.
De pedras decorativas… Tentou-se negociar, sem su-
cesso. Por isso, o endereço do site é getgraava.com
e não graava.com. Em seguida, vêm, dependendo do
projeto, protótipos, fornecedores, etc. E, principalmen-
te, a contratação de um bom P.R. (Public Relations),
nosso famoso assessor de imprensa.
Finalmente, chega a hora do lançamento público do
produto. A Graava foi lançada em agosto, via Internet.
Recebeu extensa cobertura da imprensa especializada
– e aí a importância da assessoria de imprensa. Como
muitos produtos semelhantes, a Graava foi lançada em
regime de pré-venda, para entrega no primeiro trimestre
de 2016. Ou seja: quando você estiver lendo essa revista,
as primeiras Graavas estarão sendo entregues. Dará cer-
to? Ninguém sabe, esperamos que sim. Mas, no Silicon
Valley, a grande diferença é que mesmo que você, apa-
rentemente, fracasse, é respeitado, e futuras iniciativas
serão tratadas com o mesmo respeito. Porque você ou-
sou tentar. E, sob esse aspecto, pelo menos, a tecnologia
jamais deixará de ser produzida por gente.
Mas, no Silicon Valley, a grande
diferença é que mesmo que você,
aparentemente, fracasse, é res-
peitado, e futuras iniciativas serão
tratadas com o mesmo respeito.
Porque você ousou tentar.
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