

Para além dos produtos, ele decidiu investir na
automação de toda a loja, equipada com sistemas de
controle de temperatura, iluminação e sonorização, além
de monitoramento. “Eu queria deixar o espaço com uma
cara mais moderna, à altura dos produtos que vendemos.
Em termos de investimento, é um custo que se paga
muito rápido. Hoje, eu consigo comandar a empresa
de qualquer lugar do mundo. Recebo SMS ou e-mail
informando que alguém entrou na loja fora do horário
comum e com a foto da pessoa no ambiente”, conta
Murilo que se confessa um viciado em tecnologia. “Vemos
que as empresas que não se informatizaram e atualizaram
acabaram fechando. Temos que estar sempre antenados.
Durante a Fensterbau Frontale 2018, maior feira
de esquadrias do mundo que ocorreu em março, na
Alemanha, a fabricante REHAU apresentou sua janela
inteligente que automaticamente protege a casa, altera
o grau de sombreamento do ambiente, controla calor,
ar, umidade e também pode reproduzir música e TV
e minimizar ruídos. Já o sistema de alarme de outro
modelo, ao reconhecer uma tentativa de invasão, fecha,
automaticamente, as persianas, emite alarmes de som e,
se configurado, pode até acionar as autoridades locais
com um chamado de emergência.
Até 2020, a previsão da GMSA é de que 50 dispositivos
IoT ou conectados estarão, em média, em uso dentro de
cada residência. O coordenador do curso de Arquitetura
da Universidade Veiga de Almeida (UVA), Carlos Murdoch,
lembra que, normalmente, quando pensamos em
automação, logo nos vem à mente a casa dos Jetsons ou
um luxo desnecessário. Ele pondera que o outro lado dessa
“automação/interação” são as possibilidades em termos de
sustentabilidade e saúde, sem falar da praticidade. “Uma
casa inteligente economiza energia, pois apaga as luzes de
ambientes que estão vazios, controla melhor a temperatura
do ar-condicionado ou da calefação, e a quantidade de
radiação e luminosidade que entram nos ambientes. Enfim,
muito mais do que simplesmente aquecer a banheira e
ligar a cafeteira automaticamente”.
Murdoch explica que, em termos de saúde, vasos
sanitários inteligentes podem analisar a qualidade
de nossa alimentação. “Eles recebem
números da sua balança e das suas roupas
smart
que fornecem estatísticas sobre
o seu desempenho cardíaco e o
seu nível de sedentarismo, cruza
essas informações com a sua ficha
médica e envia para a sua geladeira
inteligente. Ela, por sua vez, verifica a
quantidade de estoque de alimentos
saudáveis e, automaticamente,
despacha uma ordem de
compra para o supermercado.
Essas tecnologias já estão
disponíveis aguardando uma
popularização via economia de
escala, assim como a definição
de normas éticas para o uso
desses dados.
Os sofás da Natuzzi, como o da foto, já têm sistema touch, bluetooth e entrada USB. A marca prepara agora o
lançamento no Brasil de um modelo que responde a ordens de abrir e fechar por comando de voz
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