

PALÁCIO
GUSTAVO
CAPANEMA
Heloisa Marra
P
rimeiro prédio público com características modernas, símbolo de uma
arquitetura que apostava no diálogo com as artes, o Palácio Gustavo
Capanema já foi cantado em prosa e verso. “Concha e cavalo mari-
nho:/ os ágeis sinuosos/ Que o raio de luz/ Cortando transforma/ Em claves de
sol...”, escreveu Vinicius de Moraes em seu poema “Azul e branco” (1942),
inspirado nas criaturas marinhas azuis, que flutuam nos azulejos de Portinari
sob os pilotis do edifício.
Atravessar esses pilotis sentindo sempre uma brisa refrescante faz do prédio
um verdadeiro oásis na Rua da Imprensa, 16, no Centro. Por enquanto, isso
ainda não é possível, pois a construção, de 16 andares, está protegida por tapu-
mes em fase de restauração, coordenada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional) e prevista para terminar no segundo semestre de
2021. Em 2020, entretanto, de 19 a 23 de julho, as áreas públicas serão abertas
para receber os participantes do 27° Congresso Mundial de Arquitetos.
Maior e mais importante fórum internacional da área, promovido de três em
três anos pela UIA (União Internacional dos Arquitetos), o evento será uma
oportunidade única para conhecer o Palácio Gustavo Capanema. Ministro da
Educação e da Saúde de Getúlio Vargas, Capanema reuniu um time de jovens
arquitetos composto por Lúcio Costa, Carlos Leão, Oscar Niemeyer, Affonso
Eduardo Reidy, Ernani Vasconcellos e Jorge Machado Moreira com a consultoria
de Le Corbusier e os cálculos estruturais do engenheiro Emílio Baumgart.
Onde arte e arquitetura
se encontram
• • memória
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