Magazine 58 - page 130

O
s dicionários não se decidem sobre a origem da
palavra baralho. A própria origem do kit de 52
cartas é controversa. O mais sólido que temos em
termos de história é a chegada do baralho no Brasil. Foi
apenas em meados do século XX que as cartas ajudaram
a popularizar uma série de jogos país afora.
Antes disso, as cartas viajaram o mundo. O mais antigo
registro do uso de cartas para diversão é do século XIII,
quando o imperador Kublai Khan, fundador da dinastia
Yuan, prendeu dois chineses por praticarem os chamados
“jogos de azar”. É da China, portanto, que vem a matriz
das cartas (e também de outros jogos, como o dominó),
com duas faces, uma delas padronizada – para que não
se saiba o que há por trás – enquanto a outra é a que
decide quem ganha e quem perde.
As cartas, como conhecemos hoje, foram formatadas na
Europa, onde já eram conhecidas desde o século XIV.
No entanto, o Oriente teve seus jogos com baralhos
em formatações diferentes. Na Pérsia, no século XVI,
o baralho não era numerado e tinha figuras para
diferenciar cada carta, usado para um jogo que se
assemelha ao pôquer. Também nesse século, a Índia
tinha seus jogos com 120 cartas, muito diferente do
que já se jogava no Ocidente. Na Coreia, os registros
são bem mais recentes e datam apenas do século XIX.
O Japão que conhecemos hoje, uma grande mistura de
modernidade e tradição, só teve baralhos para chamar
de seus nos idos do século XVII, graças aos portugueses
e suas cruzadas pelo mundo.
Jogo de cartas de 1470, arrematado em leilão na
Sotheby’s pelo Museu Metropolitan, de Nova York, por
470 mil dólares. No detalhe, o coringa, que representava
o bobo de uma corte de valetes, damas e reis.
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