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tecnologia
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MAGAZINE CASASHOPPING
Dessa forma, como acontece com as bicicletas, o siste-
ma demanda que o cliente se inscreva, compre créditos
ou use um cartão de crédito. Isto feito, pode-se liberar
um carro estacionado em pontos espalhados por toda
a cidade, onde geralmente o veículo está ligado a uma
tomada, recarregando. Você pega, dirige e devolve em
uma estação de carga, onde um novo cliente pegará o
carro, quando precisar. E, no meio de tanto utilitarismo,
é bom lembrar que esses veículos, conhecidos como
Bolloré Bluecar, ou simplesmente Bluecar, foram dese-
nhados pelo designer Lowie Vermeersch, do escritó-
rio Pininfarina, conhecido por projetar Ferraris e Alfa
Romeos. Além de bonitos, fazem de 0 a 100 Km/h em
6.3 segundos, uma performance de carro esporte. Do
outro lado dos Alpes, há um serviço parecido: na Suíça,
o serviço Mobility oferece carros sem o ônus da proprie-
dade. Um Autolib só que com carros variados. Entre eles,
um Renault Zoe, elétrico.
A tecnologia também modifica a necessidade da
propriedade das 4 rodas de outra maneira, quando nos
apresenta fenômenos como o Uber. Com ele, para se
movimentar em uma cidade, você não precisa de mais
que um smartphone. Digite de onde quer ir e para onde
quer ir, e em poucos minutos chega um carro e leva você
daqui para ali. Simples assim. Mas se a tecnologia aperta
o acelerador das tendências, é inevitável imaginar o que
mais nos falta depois de serviços como Uber, Mobility e
Autolib, carros elétricos. Resposta: o carro-robô, auto-di-
rigido. Quem é tradicional e ainda tem no imaginário os
carros comuns, essas “máquinas primitivas”, vai se sentir
frustrado ao ser reduzido a mero passageiro do automó-
vel, próprio ou alugado.
Ainda que para o “motorista”, expressão em vias de
extinção pela tecnologia, a possibilidade de usar o volan-
te e pedais para assumir o controle do carro, por neces-
sidade ou prazer, ainda estará aberta. Basta procurar
no YouTube os diversos vídeos do Tesla de que falamos,
“conduzindo” o seu “motorista” tanto em ruas com
trânsito como em estradas em velocidade alta. Alguns
analistas já falam inclusive da possibilidade de um carro
elétrico, sem motorista, convocado pelo celular, como
o Uber. Segundo eles, seria este o projeto da Apple. O
carro-como-serviço. Carros Apple são um boato há algum
tempo, e a empresa comprou “o Uber da China”. Mas
falar sobre projetos da Apple é sempre uma temeridade.
Só se sabe o que vai sair do forno às vésperas do lança-
mento – ou mesmo durante o lançamento. E, se existir,
será um projeto para daqui a muitos anos.
Pininfarina Bluecar