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MAGAZINE CASASHOPPING

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moda

U

m desfile com público comum – quer dizer, pes-

soas que não são profissionais de moda, compra-

dores ou jornalistas especializados – roupas de

conceito

street, looks

de glamour inusitado e a possibili-

dade de sair do local já vestindo as novidades.

Até dois anos, esta cena jamais seria admitida no restri-

to circuito das semanas de moda internacionais. Aquele

público especializado, cerca de 700 pessoas, é pratica-

mente o mesmo, que voa de Nova York para Londres,

Milão e Paris durante as temporadas de lançamento. Só

que... lá vamos nós, com o fenômeno que muda o mun-

do: a facilidade da Internet por wi-fi abriu um campo de

divulgação instantânea, quase explosiva e planetária.

Veio o primeiro alerta: antes da invasão dos celulares

nas salas de desfiles, houve o prenúncio de uma nova ve-

locidade na moda: a

fast fashion

. Espiões infiltrados nas

semanas de moda passavam as informações para redes

como a sueca H&M ou a espanhola Zara. Em menos de

15 dias, roupas que só seriam produzidas pelas marcas

criadoras em, no mínimo três meses, estavam nas vitrines

destas lojas com poder incrível de vendas. Foi o primeiro

pânico nas grandes grifes, que passaram a reduzir o nú-

mero de convidados ou a fazer eventos fechadíssimos.

Aí veio o alarme geral: basta acompanhar a cobertura

de fotos ou vídeos dos desfiles para constatar a quanti-

dade de smartphones esticados nas mãos, atrapalhando

o trabalho dos fotógrafos e cinegrafistas. Até as editoras

da fila A fazem suas fotos e gravações! Sem falar nas

blogueiras que, de vez em quando, além das roupas que

desfilam, fazem

selfies

para provar que estavam lá de

verdade.

À primeira vista, parecia interessante. Grifes disputavam

espaços nos Instagrams, Twitters e Snapchats das chama-

das

digital influencers

. A euforia durou pouco: logo ficou

evidente que tanta divulgação despertava nos milhares de

seguidores das redes sociais uma vontade, uma urgência:

“quero esta roupa JÁ!!” E daí, como contornar este im-

passe, que já atropelava as produções? Peças de inverno

iam para as lojas em agosto, o verão estava nas vitrines

em fins de janeiro – isto, no hemisfério norte, onde as

estações são contrárias às nossas, no Brasil.

A coleção do rapper Kanye West: jeito

street

e atitudes sombrias.