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Todo esse movimento de minimalismo na cozinha

iniciou-se há três décadas, quando o catalão Ferran

Adrià juntou-se à cozinha do El Bulli. Dez anos de-

pois, já à frente da equipe, ele conquistava a terceira

estrela do Guia Michelin e assombrava o mundo com

a desconstrução da cozinha tradicional e, princi-

palmente, de sua apresentação. Era um espetáculo

audacioso que encantava a clientela e, principalmen-

te, a imprensa especializada.

Os lances de arquitetura de Adrià já faziam

escola na

nouvelle cuisine

francesa, especialmente

nas mãos de Alain Ducasse, um dos pioneiros no

grafismo dos pratos e no cuidado de se servir os

molhos que, muitas vezes, comprometiam o con-

junto de um prato que, se era primoroso na boca

do gourmet experiente, comprometia aos olhos

do cliente comum. Ao mesmo tempo, as escolas

de gastronomia de Barcelona já encorajavam seus

alunos a dar novos traços a suas apresentações,

especialmente ao recriar o que é comum naquela

região, os pratos rústicos, dos tapas às paellas.

Acima, os grãos de René Redzepi e a arte

que ajudou a levar o Noma a ser eleito três

vezes como melhor restaurante do mundo. À

esquerda, a espiral de flores, de Ferran Adrià,

em desenho que, 15 anos depois, inspira os

chefs até hoje.

O empratamento fino,

que já era

uma das faces da

alta gastronomia,

ganhou novos

contornos em estilo

semelhante ao que o

abstracionismo

impôs à arte.

Foto: Francesa Guillzumet

Divulgação

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