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Experiências, cruzamentos e até a atividade espontâ-

nea da pimenta no campo multiplicaram as espécies – e

suas belezas. Um pote de pimenta calabresa, extraída de

pimentões vermelhos picantes italianos, é elemento de

decoração em qualquer cozinha. O mesmo acontece com

as pápricas húngaras, de cores e sabores únicos, com o

merkén

dos indígenas chilenos, com seu vermelho âmbar,

com os curries indianos e com seus tons dourados. E os

rubros dos

ajíes

, que colorem os ceviches peruanos, e

das pimentas de piquillo, dos tapas espanhóis. Em todos

esses casos, pimentas quentes e vermelhas o suficiente

para influenciar o rock’n’roll. Que o diga o grupo Red Hot

Chili Peppers.

Na decoração, em centro de mesa, as pimentas mos-

tram grande versatilidade. Em contraste com um

bowl

de

metal, dão vida diferente ao ambiente. As escolhas são

fartas. Podem ser longos como um quiabo ou redondos

como uma pérola. Alguns são amorfos como o jamaicano

scotch bonnet

ou pequenos como um dedo de criança –

ou de moça, se citarmos um dos mais prezados ingre-

dientes da nossa feijoada.

Há mesmo alguns artistas que fazem joalheria que

exploram a cor e o brilho da pimenta. Afinal, gastronomia

também é decoração, as pimentas são design e, acima de

tudo, imprimem bom gosto – e gosto bom.

• •

A botânica contabiliza

mais de três mil tipos

de espécies, subespécies

e variedades somente

de pimentas vermelhas

Paleta de Charleston Hot, do tipo caiena.

O calor de Ferran Adrià com a pimenta mentaiko

sobre frutos do mar

O display de pimentas no Atelier de Joël Robuchon, em Paris

Foto: Pedro Mello e Souza

Foto: Francesc Guilaumet

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gastronomia

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