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Símbolos da modernidade, os
paquebots
(navios), com decoração
Art Déco
, esforços das
companhias marítimas internacionais que com-
petiam entre si com navios rápidos, confortáveis
e estilosos na disputa com a aviação que surgia,
buscavam clientes para o destino mais chique do
Hemisfério Sul: o Rio de Janeiro. O mais famoso
deles, chamado Normandie (1935), mudou seu
curso entre a França e os Estados Unidos para
dois cruzeiros de Carnaval no Rio em 1938 e
1939 que ficou lotado de norte-americanos.
Quando aportou, preferiu ficar na Enseada de
Botafogo e atrair a bordo milhares de cariocas
ansiosos em visitá-lo e usufruir todo o luxo do
Normandie, o mais impressionante
paquebot Art
Déco
até hoje construído.
O
Art Déco
, em 1930, chamado simplesmente de
“Estilo Moderno”, tornou-se um estilo apaixonante
para os brasileiros. Seu nome é algo indecifrável,
porque abrange muitas áreas de conhecimento,
com influências da Grécia Antiga, do Oriente, da
África e até da cultura Marajoara.
Ironia da vida, desde 1980, venho sendo con-
vidado para salvar prédios
Art Déco
. O primeiro
foi a “Villa Venturoza”, na Glória. Em 2010,
me associei ao escritório do arquiteto Mauricio
Prochnik, com tradição de preservação que
remonta aos pais arquitetos e urbanistas Rachel
Sisson, estudiosa do Rio, diretora do INEPAC
(que cuida do patrimônio estadual) e de Wit-Olaf
Prochnik, amigo de Burle Marx, autor do Plano
Diretor da cidade de São Luis do Maranhão, que
determinou a preservação do seu centro histó-
rico. Desde então, muitos prédios vêm sendo
estudados e salvos e, a todo instante, somos con-
sultados. Dentre os ícones cariocas onde já atua-
mos, está o Edifício Biarritz, projeto de 1940, do
arquiteto francês Sajous, na Praia do Flamengo,
onde realizamos a sala da portaria.
Outro lugar caro aos cariocas, o Bar Lagoa
(1934), graças à intervenção do Instituto
Art Déco
Brasil, nos anos 1980, e de seu dono na época, o
advogado Antonio Grillo, foi salvo da demolição
e recebeu renovação impecável em 2016.
Foto: André Nazareth
Foto: Marcio Irala
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