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FOTOGRAFIA
Como você enxerga a fotografia como arte?
A fotografia foi o modo que escolhi para expor ao
mundo como vejo, sinto e vivo a natureza. Tenho gru-
pos para viagens com os quais buscamos o que há de
mais belo a ser visto em diversos lugares. Também em
grupo, já fotografei diversas paisagens do Rio, normal-
mente em horários pouco usuais, com o amanhecer e
o entardecer como testemunhas. Essa é a arte: a beleza
está ali, mas é preciso encontrá-la, seja na amplitude
ou nos detalhes.
Sua primeira exposição teve como tema o uso de
miniaturas de pessoas e de animais em cenários for-
mados por alimentos. Como surgiram essas imagens?
Eu já tinha feito macrofotografias da natureza, como
insetos, flores e plantas, quando conheci os trabalhos
inspiradores dos fotógrafos Christopher Boffoli (ame-
ricano) e Akiko Ida (japonês), especialistas no assunto.
Encontrei um site que vende miniaturas aqui no Brasil
) e comecei a investir em
alguns cenários, que é a forma como são vendidos os
bonecos. A brincadeira acabou virando coisa séria e
se tornou uma exposição que me deixou muito feliz
e orgulhoso.
Você não teve receio de parecer querer fazer
uma cópia desse tipo de trabalho?
Cada imagem foi muito pensada, estudada. Eu achei
que era mais fácil fazer macrofotografias assim, mas
percebi que a dificuldade de encaixar os personagens
com os alimentos é tão grande quanto outros tipos de
registros. A diferença é que eu comecei com um quei-
jo, dois bonecos de plástico e um aparato de equipa-
mentos, cheguei a ficar por três horas fotografando,
em diversos ângulos e com diferentes luzes e filtros,
até que fizesse sentido. Então eu sabia que estava
fazendo um trabalho autoral e muito particular, ten-
do referências de grandes fotógrafos, mas sempre em
busca de como levar o meu olhar para aquela cena.
E quais são as dificuldades principais das fotos
de paisagens?
Capturar a luz ambiente é sempre um grande desafio.
E também é o que torna este tipo de fotografia tão insti-
gante e saborosa de ser feita. Existe um ápice da lumino-
sidade e depois disso é como se a luz fosse se esvaindo,
lentamente, vai caindo a cada minuto. Para aproveitar
bem cada registro, uso um aparato de lentes e acessórios,
muitos importados, para valorizar os momentos. Por isso,
algumas imagens ficam mais alaranjadas, outras mais azu-
ladas, e componho o portfólio com aquelas que mostram
melhor o modo como me inseri naquele ambiente. Até
as paisagens mais óbvias podem ser vistas de uma outra
forma e essa é a magia da foto.
Você pensa em investir integralmente na carreira
de fotógrafo?
A fotografia entrou na minha vida como um hobby e se
tornou uma profissão sem que eu planejasse. Estou feliz
em poder me dividir entre duas carreiras que eu gosto,
tendo êxito em ambas, de formas distintas. A fotografia
artística, de exposições e ampliações para a venda, ain-
da é muito recente em minha vida. Por enquanto, não
tenho planos concretos de seguir por um caminho ou
outro. Os dois se complementam: uma carreira ajuda a
outra a acontecer.
“Cada imagem foi muito
pensada, estudada. Eu achei
que era mais fácil fazer
macrofotografias assim, mas
percebi que a dificuldade de
encaixar os personagens com os
alimentos é tão grande quanto
outros tipos de registros”
É a mesma relação entre a fotografia de paisa-
gem e a macrofotografia?
Com certeza. São duas formas de exercitar o olhar.
Muitas vezes eu aproveitei um cenário para fazer os
dois tipos de imagens, até para entender qual deles
funcionaria melhor. Comecei treinando muito na Lagoa
Rodrigo de Freitas, que fica perto da minha casa. Minha
esposa ficava impressionada como, muitas vezes, uma
hora de trabalho rendia apenas uma fotografia. E era
o que bastava.
O equipamento é primordial para a realização
das imagens. Você é fiel a marcas?
Quando começamos com uma marca, o ideal é con-
tinuar com ela, já que os acessórios normalmente são
feitos nos tamanhos específicos das câmeras e lentes
daquela marca. Mas não defendo uma ou outra não.
Sendo de caráter profissional, há boas opções no mer-
cado. Acabo comprando itens importados por conta
do custo, mas é uma escolha muito pessoal, de adap-
tação mesmo. Alguns são mais leves, outros mais ma-
leáveis. O mais importante é pensar na segurança na
hora de fotografar, por isso que as externas são feitas
normalmente em grupos.
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