paisagens – iPad drawings e impressos em grandes
formatos, incluem detalhes sutis de suas visões meditati-
vas da natureza, com árvores e densas florestas. “Eu acho
a paisagem uma sensação visual. Você pode estabelecer
uma paleta muito mais rápida do que qualquer outra mí-
dia, é uma folha infinita de papel e a cor está literalmente
em seus dedos”, ele afirmou.
Em 2005, Hockney abandona o seu estilo de vida da
Califórnia do Sul e transfere sua residência para sua
nativa cidade de Bridlington, em Yorkshire, Inglaterra,
ocupando a casa que era de sua mãe. O vasto horizon-
te de paisagens onduladas do local inspira sua obra
que, de volta à paleta e ao pincel, evoca uma famosa
reflexão: “a pintura pode dizer mais sobre realidade e
percepção do que a fotografia ou o olho humano” –
e norteia a grande exposição na Royal Academy, em
2012, intitulada “A Bigger Picture”, com um enorme
sucesso de público e do meio artístico.
Em 2013, sofre um pequeno derrame, mas, após a
convalescença, a atividade não se interrompe. De volta à
Califórnia, deixa a tecnologia de lado e retorna à pintura
sobre tela, no seu estúdio em Los Angeles, em 2014, onde
inicia a série de retratos.
Individualizados, com familiares e amigos como Frank
Gehry e Larry Gagosian, todos em cartaz no Royal Gallery.
“A exposição mostra o que cada indivíduo nos transmite:
que somos diferentes no aspecto exterior e que somos
diferentes no aspecto interior”. Na técnica, flagrantes
metódicos, que esboça em carvão e arremata em tinta
acrílica, com a sua paleta californiana de cores vibrantes.
“Desenho é a base da arte do retrato. Eu faço isso na
primeira hora, pois assim eu capturo a individualidade
do retratado enquanto eles estão sentados na cadeira”,
explica: asseguro que é um processo que parece não ter
fim, que posso continuar a realizar até o resto de meus
dias”, declarou, na abertura da exposição.
• •
Arquitetura em uma das obras emblemáticas de Hockney, The Bigger Splash, de 1967 (Tate Gallery).
MAGAZINE CASASHOPPING
120
• •
arte