Duas imagens da torre de escritórios HongKou Soho, construída em alumínio plissado,
em Xangai: o prédio (acima) e a escadaria da recepção (à direita).
O estádio japonês para as olimpíadas é apenas uma das
faces do trabalho de Kengo Kuma. A produção de seus
escritórios em Tóquio e Paris é impressionante e eclética,
mas sempre fiel a uma filosofia, a “Small Architecture”,
título de um de seus livros e da exposição sobre sua obra
que vai de 13 de maio a 11 de junho em Taito, no Japão,
para comemorar 150 anos das relações entre japoneses e
dinamarqueses.
O Museu de Arte Folclórica da Academia de Artes da
China (2015); o conservatório musical Darius Milhaud
de Aix-en-Provence, na França (2013); a loja Sunny Hills
em Omotesando (2013), o Museu Ponte de Madeira de
Yusuhara (2010) e o Teatro Noh na Floresta de Toyoma
(1996), os três últimos no Japão, são algumas de suas
inúmeras obras, que fazem parte da antologia da arquite-
tura do século XXI.
Para 2020, por exemplo, além do estádio olímpico,
a inauguração da Casa de Contos de Fadas de Hans
Christian Andersen em Odense, na Dinamarca. O projeto
de Kengo Kuma para o museu conquistou os dinamar-
queses por traduzir o espírito de Andersen. Os espaços de
exposição são subterrâneos conectados à superfície por
jardins submersos, portais mágicos que dão numa sequên-
cia de anéis verdes como se estivessem conectados a uma
corrente. A obra liga a parte nova e a antiga da cidade,
esta última um verdadeiro tesouro histórico com residên-
cias de madeira de época.
Mestre na Universidade de Tóquio, onde se graduou em
1979, Kengo Kuma tem horror a grandes monumentos e
acredita que as novas cidades estão cada vez menos apoia-
das na cultura do automóvel. A “Pequena Arquitetura” de
Kuma se apoia em materiais como madeira, pedra, alumí-
nio e vidro, aproximando a construção do meio ambiente
e dando às obras uma escala mais humana. Convicções
que o levaram a vestir o prédio Hongkou Soho (2016), em
Tóquio com uma fachada plissada de alumínio que muda
de acordo com a luz do sol.
Seguindo essa filosofia, o Estádio Olímpico de Tóquio
para 2020 parece um jardim suspenso com sua estrutura
entremeada de verde. Para os apoiadores do projeto, entre
eles o próprio Toyo Ito e Fumihiko Maki (que chamou a
proposta de Zaha Hadid de “elefante branco”), o estádio
está em harmonia com o ambiente, incluindo espaços
verdes ao redor do histórico Santuário de Meiji Shrine.
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