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onho, fantasia, impacto visual e um infinito
exercício de imaginação. É o que procura o
espectador diante da tela. É o que os diretores
proporcionam com roteiros, atores, luzes, câmera e
uma ação que somente os efeitos especiais tornam
realidade. Em uma trajetória de criatividade, tecnolo-
gia e ficção, esses efeitos influenciam a engenharia, a
arquitetura, o design.
Com o avanço tecnológico, os efeitos se tornaram
fundamentais e muitos títulos parecem depender úni-
ca e exclusivamente deles. Mas engana-se quem acha
que tanta sofisticação seja algo recente. Pelo contrá-
rio, os efeitos especiais estão presentes no cinema
antes mesmo das técnicas de som. Parte dessa história
começa a ser contada em 1902.
Muito antes de o homem imaginar que pisaria na
Lua, o mágico ilusionista Georges Meliès realizou esse
feito na tela, com aquele que se tornou não somen-
te o primeiro filme de ficção científica da história,
Viagem à Lua
foi também o primeiro a transformar a
realidade em sonho, através de uma série de truques
de teatro – cenários, cordames, andaimes –, os primei-
ros efeitos especiais. A cena do foguete atingindo o
olho da lua tornou-se um clássico.
Os cenários evoluíram, os públicos exigiram e os efeitos
se aprimoraram. Em 1927, o cineasta austríaco Fritz
Lang entrou para a história com um dos filmes mudos
mais caros de todos os tempos:
Metrópolis
. A estética do
futurismo dos pintores italianos foi do pincel ao cenário,
que foi concebido em miniatura, com os atores inseri-
dos na cena através de um jogo de espelhos. O sucesso
desse efeito, o chamado Processo Schüfftan, foi adotado
em outros dois clássicos, já nos anos 30, em
Tempos
Modernos
(1936) e
King Kong
(1933).
Aquele gigantesco gorila, do alto de seus gigantescos
45 centímetros, foi um marco desse e de outros efeitos
especiais, entre eles o
stop motion
, cultuado até hoje
por cineastas que valorizam o trabalho artesanal de
filmar, quadro a quadro, com personagens de madei-
ra ou (a mais popular) massa de modelar. Quem se
recorda do clássico
Fúria de Titãs
, de 1981, conheceu
o trabalho de Ray Harryhausen uma das referências
dessa técnica, que ganhou a área dos desenhos anima-
dos e as produções de propaganda.
Dois casos de cenas completas geradas por computador:
Jurassic World
(esquerda) e
Titanic
(abaixo).
© Paramount Pictures
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