

Outro veterano, que chega este ano aos 80
anos, o Bar Urca, mescla essa pegada lusitana que
Troisgros menciona, com frutos do mar e muita,
mas muita carioquice, como o serviço na mureta
em frente ao restaurante, que corre naturalmente,
como se não houvesse uma rua e fluxo de carros
entre eles. Os pastéis de bacalhau, as empadas,
as morangas de camarão, “atravessam” a rua e o
tempo, desafiando todas as regras de restauração,
boa conduta e lei de mercado.
É como resume Alaíde, a chef mineira que revolu-
cionou a culinária de boteco:
“O que eu mais gosto no Rio e o que mais me
inspira é a liberdade. Aqui todo mundo fica à von-
tade. Isso estimula qualquer pessoa que goste de
cozinhar. E de comer”.
É isso, cozinha carioca é estimulante, única, que
tem para todos os gostos.
É só se chegar... • •
Foto: Fernando Frazão