Mas é na doceria onde esse movimento ganha
força e tem maior expressão.
Doces franceses, alguns centenários, como é o
caso do
éclair au chocolat
, nossa bombinha tão
familiar, que chega com nova roupagem. No Cajá
Café, no Sofitel, o éclair cresceu e apareceu, a
olhos vistos: o
choux
é o de sempre, levinho e com
recheio cremoso. Mas é finalizado com uma lâmina
de chocolate com formato vazado, à la Amilcar de
Castro (viaje, viaje...). E bolinhas de chocolate com-
pondo. No mesmo espaço do Sofitel, o macaron
virou um sanduíche com frutas vermelhas saindo
pelas beiradas e uma “tampa”
fashion
, uma espé-
cie de chapéu irreverente que poderia estar pelas
passarelas de qualquer semana de moda.
Não é preciso grandes malabarismos para dar
novos ares à mesa. No Rubaiyat, os doces são os da
casa da vovó, receitas antigas, reproduzidas com
correção. A pegada moderna fica por conta de
como chegam à mesa: quindins reluzentes, tarte
Tatin geométrica e por aí segue doceria adentro.
Verdade que as porções no prato diminuíram de
tamanho (sinal dos tempos), mas, em contrapar-
tida, os ingredientes ganharam em sabor, poten-
cializados por não trazerem, em alguns deles,
aditivos químicos e que, na grande maioria, saciam
na medida certa.
É fato: nunca a expressão “comer com os olhos”
foi tão posta em prática. E tão fácil de desfrutar.
Uma nova coleção de pratos de verão vem por
aí. Um conselho? Abra os olhos, aguce a ima-
ginação e, em sintonia com os novos rituais à
mesa, divirta-se. • •
É fato: nunca a expressão
“comer com os olhos” foi
tão posta em prática. E tão
fácil de desfrutar.
Fatia de bolo de tapioca, tuile, sorvete de coco, terra de amendoim e mel
Foto Tomas Rangel
• • gastronomia
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